20 de novembro de 2008

A MÍDIA é uma empresa de SENSACIONALISMO


O Brasil é alvo de escândalos e violências e isso faz com que a mídia se aproveite para expor todo tipo de informação. Essa procura pela liderança da audiência, faz com que o número de imprensa marrom aumente, fazendo uma imprensa deliberativa para fins lucrativos ao invés de se comprometer com a verdadeira informação para levar conhecimento à opinião pública.
Os meios de comunicação começaram a fazer abordagens cada vez mais sensacionalistas, exploram a degradação humana que se caracteriza pelo exagerado apelo emotivo e pela repetição de imagens fortes na cobertura de matérias jornalísticas.
Um exemplo disso entre tantos outros é o caso da menina Isabella Nardoni de apenas 5 anos assassinada dentro de casa, onde tem como principais suspeitos o pai, Alexandre Nardoni e a madrasta Anna Carolina Jatobá . Entra em questão a forma que a mídia apresenta esse assunto, se ela informa a população ou apenas utiliza um crivo minucioso de detalhes para conseguir ibope.
A mídia começa a passar um milhão de suposições, confundindo os telespectadores que interpretam de sua maneira o fato ocorrido, antes da própria policia definir quais as bases de investigações utilizadas no caso. Tudo se baseia em fatos e nada pode ser declarado até terem provas ou indícios que leve a comprovar determinadas suspeitas para chegar à conclusão final. Isso é um tipo de crime que atrai a atenção do público e acaba por atrapalhar as investigações. Na verdade a intenção da imprensa é atiçar as autoridades e colocar manchetes inconclusivas e causa erros terríveis.
Todo esse apelo sensacionalista, leva ao cidadão a mutação da informação para o entretenimento e torna o jornalismo um meio de extrema influência perdendo sua real utilidade de levar a verdadeira informação sem espetáculos dos mais diversos gêneros onde gera a alienação e bloqueio nas mentes de diversos indivíduos sem qualquer conhecimento ou poder de indagação. Tudo isso para alcançar o tão concorrido ibope porque os meios de comunismo não deixam de ser empresas capitalistas que ganha ao expor a vida alheia como matéria de consumo.
A quantidade de informação é imensa, as pessoas sentem se intimadas e impotentes com relação as suas inseguranças perante as informações adquiridas, a mídia aproveita dessas fraquezas e acaba definindo os assuntos sobre os quais as pessoas conversam dentro de casa, na rua, no trabalho, com os amigos, mas na verdade o seu principal objetivo é informar, conscientizar, prevenir e entreter de forma saudável, com relações positivas e não com programas de baixo nível que utiliza questões sociais para persuadir, manipular e explorar o povo. O importante é que tenham consciência de que nem todos os fatos são verdadeiros e que não precisam concordar com tudo o que vêem.
A imprensa muitas vezes deixa os seus pudores de lado para expor o drama alheio, ao invés de preservar a emoção e a cima de tudo à dor que causa aos envolvidos. Isso os tornam sempre ávidos por informações e vivem do desejo pelas luzes dos holofotes.
Aguinaldo Apettinati, jornalista há 13 anos fala sobre os profissionais e o Código de Ética do jornalista.“Muitas vezes não seguem o Código de Ética. Isso porque sofrem a influência de seus patrões, os donos das editoras. Sabemos que o objetivo é a venda de jornais ou a audiência na televisão. Por isso, muitos jornalistas são obrigados a se sujeitarem aos patrões e muitas vezes nem mesmo ganham o piso salarial ou trabalham mais horas do que recomenda o sindicato da categoria”. Comenta também como fazem para obter o furo de reportagem. “A experiências no dia-a-dia, o esforço e a busca pelo algo a mais pode gerar furos de reportagem. É muito importante ter uma boa agenda e cultivar as fontes de informação. Muitas vezes, trabalhar em um grande jornal ou em uma grande emissora de televisão irá facilitar as coisas. Porque as fontes, claro, têm interesse em divulgação e acabam procurando por esse espaço na grande mídia. Não podemos nos esquecer do trabalho de investigação do jornalista que vai atrás do assunto, apura e descobre informações”.
Sabe-se que muitas vezes os jornalistas e a imprensa fazem de tudo para divulgar as notícias que estão em evidências no momento. Apettinati fala sobre até que ponto eles chegam para divulgar algo: “Isso irá depender da ética de cada um, mas nosso Código de Ética indica que o mais importante é o interesse público. Então, todas as informações que de algum modo podem contribuir com a sociedade, teoricamente, estão liberadas para serem publicadas”. Um exemplo disso é o caso Isabella, e o comportamento adequado dos jornalistas. Apettinati diz: “É necessária a imparcialidade, ouvir os dois lados e procurar ser o máximo possível isento na hora de passar as informações”.
Os jornalistas de certo modo não atrapalham as investigações. “Pode atrapalhar sim. Nos casos de seqüestro, a imprensa, por consenso costuma não divulgar os fatos até a polícia resolver o caso. Nesse caso da Isabela, a polícia guardou informações (sangue no carro, na fralda e na toalha) para surpreender os suspeitos. Imagine se essas informações fossem divulgadas antes disso pela imprensa. Acabaria, de certo modo, com a intenção da polícia”, diz Apettinati.
O excesso de informações aliena a população e faz com que a maioria acredite em tudo que vêem pela TV. Apettinati afirma: “A população é muito influenciada pela mídia, que naturalmente impõe uma maneira de pensar e até cria agendas. O grande problema está na educação. Pessoas com acesso à educação são mais livres para pensar e escolher no que acreditar por si próprias”.
A telespectoradora, Haline Lemes estudante de publicidade e propaganda diz que é um absurdo o conteúdo de informações passado pela imprensa, ela afirma: “Tudo isso polui a imagem da TV e a cabeça das pessoas, elas acabam se chocando com a violência que ocorre, pois todos os dias os programas apresentam vários casos de violência, escândalos, mortes e outras desgraças, sem contar que eles reprisam diversas vezes o mesmo acontecimento e isso faz com as pessoas fiquem ligadas nesses programas. A maioria dessas pessoas não tem estudo o que torna esse programa com mais ibope, as pessoas se identificam com o modo de ser do apresentador que passa a impressão de que convive com aquela realidade junto com a população”.
Haline Lemes comenta como ela vê o caso da menina Isabella: “Eu me sinto extremamente revoltada em ver a TV massificando a morte dessa criança por várias e várias vezes, eles não pensam que a família dessa garota assiste tv ou que outras crianças da mesma idade não perguntam para os seus pais o que aconteceram. Sei que o papel deles é informar, mas não ficar remoendo algo que traz dor e revolta para a população”. Haline Lemes como atua também no meio de comunicação afirma: ‘Todo tipo de comunicação deve ser passada para a população com o intuito de levar o conhecimento e a verdade. É para isso que existe o Código de Ética e a Lei de Imprensa.
Os profissionais em comunicação e a mídia em geral devem zelar pelo caráter moral, bom senso e sensibilidade para que a informação não se torne tão escrupulosa e mais desumana do que já é. Deve sempre seguir o compromisso ético com as fontes de informações, diferenciar o que é de interesse público e o que ultrapassa os limites necessários para se tornar sensacionalismo (na divulgação e exploração de matérias capaz de emocionar ou escandalizar) e não perderem a sua credibilidade.

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