23 de junho de 2009

Cadê o direito da liberdade de imprensa?

"Quero deixar bem claro que não sou CONTRA aqueles que querem ingressar no meio, afinal temos vários “jornalistas” atuando em veículos de comunicação sem o diploma, e sim CONTRA aqueles que acreditam que JORNALISTA é aquele que apenas escreve um bom texto sem precisar de especialização."

São 40 anos de luta por um jornalismo mais profissional e uma democracia justa, levando o direito de opinião e informação a sociedade e depois de tudo isso o STF decide mudar as regras e resolve derrubar o Ato Institucional decretado na ditadura militar que determinou a obrigatoriedade do diploma para atuar como jornalista, o famoso AI-5 - 972/69.
Não estão levando a sério à profissão e seus conhecimentos sólidos, pois não basta ter um bom conhecimento em escrever um texto legal e sim saber da área em geral, como conhecimentos teóricos, técnicos e práticos e acima de tudo a formação ética e humanitária, pois existem cerca de 80 mil jornalistas brasileiros profissionais que lutaram por isso e hoje acham que jornalista “é apenas escrever bem...” e nada mais.
Pergunto-me onde está o direito a liberdade de imprensa e opinião para que possamos revogar sobre esta decisão? Não estou brigando por um pedaço de papel chamado DIPLOMA ou subestimando a capacidade dos outros, apenas estou reivindicando o meu direito de obter uma formação justa e com qualidade para que eu possa exercer minha atividade com ética e moral e acima de tudo como uma verdadeira profissional qualificada.
Daqui alguns dias também poderá ocorrer em outras áreas, veremos cozinheiro exercendo como advogado e açougueiro como médico, enfim, se tornará uma bagunça, então me pergunto se algo der errado quem irá assumir a culpa, pois ninguém está atuando com formação, qualificações e experiências. De quem iremos cobrar isto, do Gilmar Mendes, (risos) que não sabe da valorização do nosso trabalho, da responsabilidade ética e dos serviços sociais relevantes a quem está área se decida todos os dias. Eles não sabem o tamanho da repercussão social que isso causa...
É revoltante ver que mais um século se passou e ainda temos que enfrentar mais uma luta na história do jornalismo. Ao invés de revogarem leis que o país realmente precisa, decidem derrubar o direito de uma educação técnica qualificada. Porque não criar uma lei na qual os cursos universitários fossem mais baratos ou até gratuito. Onde já se viu ter que pagar para estudar, pagar para se tornar um ser ético-social na sociedade, pagar para ser o futuro do país. É lamentável.
Como sempre lutamos por direitos, esse será apenas mais um que nos fortificará.

Futuros jornalistas com ou sem diplomas, a favor ou contra, não deixem seu sonho morrer, levem informação com ética e democracia e vão em busca de especialização, pois o verdadeiro conhecimento se pratica através da arte de estudar.

De uma futura jornalista com diploma, Cíntia Moura.


"O principal argumento, entre os tantos que se pode levantar para a exigência do diploma de curso de graduação de nível superior para o exercício profissional do jornalismo, é o de que a sociedade precisa, tem direito à informação de qualidade, ética, democrática. Informação esta que depende, também, de uma prática profissional igualmente qualificada e baseada em preceitos éticos e democráticos. E uma das formas de se preparar, de se formar jornalistas capazes a desenvolver tal prática é através de um curso superior de graduação em jornalismo". Diz Beth Costa, Presidente da Federação Nacional dos Jornalistas.

Acompanhe: http://www.fenaj.org.br/index.php

Um comentário:

Felipe Cruz disse...

Olá Cíntia,

gostei de sua reflexão sobre o assunto. Não sou contra e nem á favor, mas acho justo que o profissional necessita sim de uma especialização, em termos técnicos e cíentificos, para assim levar a infomação com qualidade ao público.

Felipe Cruz